CASO WYDSON CARIOCA: Justiça determina Exumação do corpo por falta de clareza da Causa da Morte

A morte do radialista Francisco Wydson Sousa Silva, (Wydson Carioca), em 25 de julho de 2020, veio a ser questionada por conta de uma informação em que os familiares tomaram conhecimento, onde ele teria caído de uma maca, dentro da Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Xinguara.

Após Boletim de Ocorrência – B.O, devidamente registrado na delegacia de Polícia Civil de Xinguara, pela esposa de Wydson Carioca, o pai do radialista Antônio Pereira da Silva, constituiu um Advogado que, impetrou uma ação na Justiça, pedindo a Exumação do corpo do filho, afim de esclarecer as duvidas em relação sua morte.

A decisão Judicial foi cumprida nessa sexta-feira, 06, por uma equipe do IML – Instituto Médico Legal Renato Chaves de Marabá, composta pelo médico legista Gilliard Machado e os auxiliares Cristian Diogo e Aluísio Aguiar.

Os legistas colheram diversas amostras do corpo, como, do Crânio, Massa Encefalia, Pulmão, Coração, Fígado e Rins.

O Advogado da família, Dr. Diego Lima, acompanhado de alguns familiares, inclusive do pai de Wydson, acompanhou todo trabalho do legista, realizado no cemitério municipal de Xinguara.

ENTENDA O CASO

Wydison Carioca, como era conhecido, deu entrada por volta das 03h00 da manhã do dia 25 de julho de 2020, após ter sentido fortes dores abdominais, evoluindo a óbito por volta de 10:25hs, do mesmo dia, sendo que foram constatadas inconsistência pela família, no que se refere a causa da morte e horário do óbito, apontou o Ministério Público, “restou demonstrado incontroversas sobre a verdadeira causa da morte do de cujus, haja vista que, na Declaração de Óbito consta como causa da morte “Derrame Pericárdico Acentuado”, já na Certidão de Óbito consta como causa da morte “Derrame Pericárdico Acentuado, Obesidade”.

Outra constatação aponta para os horários que não convergem quanto aos procedimentos realizados. “A primeira inconsistência apontada seria em relação ao horário em que o de cujus foi transferido para o Hospital São Salvador a fim de realizar exames, pois o ofício assinado pelo diretor da UPA de Xinguara (Unidade de Pronto Atendimento) indica que a transferência ocorrera às 09 horas do dia 25.07.2020. Contudo os próprios exames juntados aos autos têm como horário as 08h07 e as 08h20, ou seja, anteriormente à hora informada pela UPA”.

Já em relação a queda da maca, o que suspeita-se ter sido o fator agravante para o quadro de saúde que teria levado ao óbito, é tido como um fato crucial, que levou os familiares a pleitear judicialmente os esclarecimentos.

A decisão expedida pela justiça, foi no sentido de que o Centro de Perícias Cientificas Renato Chaves realize a exumação e esclareça por meio de perícia necroscópica dando respostas de acordo com as indagações formuladas, tais como: 

a) A vítima apresenta traumatismo craniano?

b) Se a vítima apresentar traumatismo craniano, foi este causador, direta ou indiretamente, da morte?

c) A causa da morte descrita na Certidão de Óbito é verídica?

d) Houve a ministração de alguma medicação/substância que ocasionou, direta ou indiretamente, o óbito da vítima?

e) Qual foi a causa da morte da vítima?

O prazo para que o IML apresente à Justiça, o resultado da perícia necroscópica é 90 a 180 dias, segundo o médico legista Gilliard Machado.

Nossa reportagem falou com o pai do radialista, ele disse que, “o momento é doloroso, mas eu preciso tirar essa dúvida, ele faleceu e eu não sei do que, eu só entrei nessa demanda pra saber a certeza, eu sabendo de que ele morreu vou descansar”, afirmou Antônio Pereira da Silva.

Ouvimos também o Advogado Diego Lima, que fez um pequeno relato sobre o caso e disse que, “aceitei essa causa porque embora sendo da área de direito e não da medicina, vi uma serie de contradições aparentes entre a causa da morte e os eventos descritos no prontuário do Wydson Carioca, não entramos em uma demanda sem fundamento, a priori essa é a nossa intenção, saber a causa da morte, não temos nada contra ninguém, a família, em especial o pai quer saber o que causou a morte”, afirmou o advogado.

Em relação aos detalhes do processo, Dr. Diego Lima disse que prefere esperar a Justiça se manifestar, e só após, se posicionar.