Polícia

Coletiva: Carlos Cabral e grileiros brigavam por terras indígenas, revela Polícia Civil

Antônio Silvério dos Reis, o “Antônio Rural”, é um dos acusados de ter mandado matar Carlos Cabral

Em coletiva na noite deste domingo, 16, em Redenção, o diretor de Polícia do Interior, delegado José Humberto de Melo Júnior, e os delegados Antônio Mororó Júnior, titular da Deca de Redenção, e   Carlos César Silva, de Rio Maria, concederam coletiva sobre as prisões ocorridas durante o dia. Na ocasião, eles falaram acerca das investigações que levaram à prisão de Antônio Silvério dos Reis – o Antônio Rural – e Orcimar Arantes Prado, apontados como mandantes da execução de Carlos Cabral Ferreira, assim como Paulo Terêncio Lima, este foragido. Os dois presos negam qualquer participação no crime.

Os delegados contaram que as investigações começaram no mesmo dia do crime, com a coleta de imagens e tomada de depoimentos. E prosseguiram no mesmo ritmo nos dias seguintes até culminar, na manhã de domingo, com o cumprimento de dois de três mandados de prisão temporária e de sete mandados de apreensão domiciliar expedidos pela Justiça Estadual.

Eles revelaram que o motivo da execução de Carlos Cabral foi a disputa de uma área conhecida como Paredão, localizada na zona rural de São Félix do Xingu, a 423 quilômetros de Rio Maria, dentro da Terra Apyterewa. Os três mandantes, que, segundo a polícia, são grileiros, possuem áreas naquele lugar, onde Carlos também brigava por um pedaço.

Durante coletiva, polícia diz terra da União estava no meio da disputa

De acordo com a polícia, ele representava uma associação chamada Bom Jardim. Porém, tanto o sindicalista quanto Antônio Silvério dos Reis, Orcimar Arantes Prado e Paulo Terêncio Lima não poderiam ficar na terra. A área pertence à União e faz parte da Reserva Apyterewa, onde só os indígenas dessa etnia podem permanecer, conforme sentença do Supremo Tribunal Federal, mandando que os três fazendeiros desocupassem as terras.

Os delegados também levantaram que a execução de Carlos Cabral Pereira foi uma ação planejada para acontecer dentro da cidade de Rio Maria e não na área do conflito, para que ele não se tornasse mais um mártir na luta pela terra.

Eles também relataram que a grande maioria do verdadeiro arsenal apreendido se encontrava na fazenda de Orcimar Prado, outra parte, na propriedade de Paulo Lima, também conhecido como Paulinho do Ditão, onde também foi encontrada uma pistola 9 milímetros.

Os policiais disseram que a prisão temporária dos três acusados como mandantes foi solicitada e deferida pela Justiça, porque eles são considerados pessoas muito perigosas naquela região e poderiam matar ou mandar matar as possíveis testemunhas do crime.

Quanto aos dois homens que cometeram a execução, os delegados afirmaram que ainda não podem fazer revelações acerca dos pistoleiros, mas destacaram que já existem fortes  indícios e elementos concretos que levam à identidade e localização da dupla de assassinos.

Por fim, destacaram que, no dia em que foi executado, Carlos Cabral havia estado, pela manhã, na Delegacia de Polícia Civil de Rio Maria, onde foi prestar depoimento acerca de um duplo homicídio. Disseram ainda que ele tinha um longo histórico de ameaças de morte, mas poucos registros policiais dessas ameaças.

(Fonte: Blog do João Carlos/Colaborou o repórter Lourivan Gomes, de Redenção. Imagem da coletiva: Facebook)

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