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Mandante do assassinato de Dorothy Stang divide cela com seis presos em Altamira

Condenado pelo crime em 2010, Regivaldo aguardava julgamento de recurso em liberdade até STF suspender decisão que o mantinha solto.

Rayfran das Neves Sales, condenado por ter assassinado a missionária em 2005, foi preso em 2014 por outro crime (Foto: Igor Mota / Amazônia Jornal)

O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, preso na última quarta-feira (13) por ter sido considerado mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang no município de Anapu em 2005, já está custodiado no sistema penitenciário do Pará. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), Regivaldo deu entrada no sistema às 17h de quarta, quando foi levado para o Centro de Recuperação de Altamira, no sudeste do estado, após fazer exames no IML.

Apesar de ter sido condenado há 30 anos de prisão em 2010, Regivaldo jamais havia sido preso. Ele aguardava o julgamento de recurso em liberdade graças a uma decisão judicial que lhe concedeu um habeas corpus 2012. Esta decisão foi revogada pelo STF em junho de 2017 e resultou na expedição do mandado de prisão. De acordo com a justiça, a decisão que revogou seu direito de augardar recurso em liberade é definitiva, ou seja, Regivaldo não pode recorrer.

Regivaldo deve passar os próximos dez dias em uma cela de triagem, que divide com outros seis presos. De acordo com a Susipe, ele já se alimentou e está bem. A carceragem onde o fazendeiro cumpre pena tem capacidade para 208 detentos, mas atualmente custodia 349 internos.

Entenda o caso

A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, a missionária foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.

Outros quatro acusados de participação no caso, entre executores e mandantes, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão. Os julgamentos começaram um ano após os assassinatos, em 2006.

Bida

Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Pereira Galvão, apontados como mandantes do crime, foram condenados a 30 anos de prisão.

Bida, que teria oferecido R$ 50 mil pela morte da missionária, sentou quatro vezes no banco dos réus. Desde outubro de 2015 ele cumpre pena em regime domiciliar, por determinação do juiz Luiz Trindade Junior, da 5ª Vara Penal de Altamira.

Amair Feijoli da Cunha pegou 18 anos de cadeia por ter contratado os pistoleiros Rayfran e Clodoaldo Carlos Batista. Ele cumpre pena em regime domiciliar, desde maio de 2010, por determinação do juiz João Augusto de Oliveira Júnior, da 2ª Vara de Execução Penal de Belém.

G1/PA

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