Educação

ESTADO DE GREVE: Sem reajuste de 33,24%, professores da rede pública municipal de ensino de Xinguara estão a um passo de aderirem a greve

Em descumprimento ao reajuste em nível nacional, prefeito Dr. Moacir oferece apenas 10,16%

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – Sintepp subsede de Xinguara, declarou estado de greve no município, podendo decidir pela paralisação na rede municipal de ensino nos próximos dias.

Responsabilizando a gestão municipal, a coordenadora do Sindicato, professora Maria Reis, atribui à prefeitura o impasse, após algumas rodadas de negociação, sem sucesso, pois a proposta de reajuste está bem abaixo dos 33,24%, apontados pelo Governo Federal, que tem repercussão geral.

Para ela, o que foi apresentado pela equipe da Semec, não corresponde à realidade da valorização da categoria e desconsidera todos os prognósticos levantados tecnicamente, no que concerne aos repasses do Fundeb ao município, com as devidas projeções.

Em fevereiro deste ano o Governo Federal assinou uma portaria concedendo o reajuste máximo à categoria. A portaria que estabelece o novo valor do Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica foi assinada, no dia 04, pelo Presidente da República. O reajuste de 33,24% é a maior correção salarial concedida à categoria desde o surgimento da Lei do Piso, em 2008. Um total de 1.726.099 docentes passarão a ter direito ao novo piso, de acordo com o Ministério da Educação.

Segundo a coordenação do Sintepp, um economista foi contratado para fazer um estudo de viabilidade orçamentária do município de Xinguara, o que veio a comprovar as plenas condições de custeios de acordo com o reajuste no percentual de 33,24%, apresentado pelo Governo Federal.  Após o estudo feito por Jersonildo Calderaro – Economista, especialista em Gestão de Cidades com foco em finanças públicas, auditor independente e perito judicial, ficou comprovado que há plenas condições de cumprimento do pagamento do Piso Salarial, e, portanto, no reajuste em conformidade com o que foi estabelecido em nível nacional.

Resultados dos estudos realizados pelo economista Jersonildo Calderaro

Reis alega que, “o piso do Magistério que estamos sendo remunerado desde 2020 por 40 horas semanais é de R$ 2.886,24, mais 50% garantido no anexo V do nosso PCCR, perfaz, o salário base do professor Nível Superior por 40 horas semanais de R$ 4.329,36, o que foi arredondado para R$ 4.330,00. Agora, o reajuste de 33,24% deve ser acima desse valor do salário base que já somos remunerados, portanto, teremos que receber de salário base a importância de R$ 5.769,30, por 40 horas semanais”.

O que pode ser considerado perdas, além de desvalorização, nos cálculos, segundo ela, “o reajuste do Piso Magistério para o ano de 2022 foi de R$ 3.845,63, mais 50% de acréscimo conforme prevê o anexo V do PCCR, o salário base do professor Nível Superior é de R$ 5.768,44, isso não é magia é nosso direito”, desabafa.

Ainda de acordo com as informações da coordenação do Sintepp, “a proposta do prefeito Dr. Moacir Pires de Faria, é de 10,16%, em cima do salário base que já temos, o que passará para R$ 4.769,93, totalizando um prejuízo salarial de aproximadamente R$ 1.000,00 mensal. Sem contar que a gestão no início do ano tirou dos nossos alunos 4 horas aula por semana do 6° ao 9° e até agora nada de querer resolver e como se não bastasse, insiste a querer descumprir o direito de reajuste concedido ao professor de 33,24% conforme determinação federal”, afirma a coordenação.

Dados da CNM – Confederação Nacional de Municípios, aponta previsão para 2022, de mais de 20 milhões, Estimativa de Receita do Fundeb

Sem avanços nas negociações com a gestão municipal, a decisão do Sintepp é de permanecer em estado de greve até que haja alguma proposta que faça sentido ao que a categoria entende como sendo um direito conquistado, principalmente pela resistência apresentada pelo prefeito, Dr. Moacir, alegando que já paga o piso do magistério.

“Queremos resolver essa situação administrativamente para que os nossos alunos que já estão em prejuízos não sejam ainda mais prejudicados, os municípios dos arredores já negociaram o pagamento, somente aqui em Xinguara estão a relutar, se tivermos que deflagrar greve, a culpa será 100% do gestor municipal na pessoa do prefeito e secretário municipal de educação”, justificou ela.

Outro lado

O secretário municipal de Educação, Genival Fernandes, ao ser procurado, informou que a Semec não vai entrar no mérito e entrar no embate com o Sintepp, pois, segundo ele, o município já paga valores acima do piso. “Respeitamos muito os professores, mas os questionamentos do Sintepp não consideramos. Valorizamos os professores, bastando ver que somos o único município que paga 100% da Hora Atividade, que é de 33,33%”, disse.

Reiteradamente Genival disse que não iria entrar no mérito dos questionamentos do Sintepp, “nós temos papel em mãos que contradiz tudo o que possa ser falado pelo Sindicado”, desafiou ele.

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