Esporte

Justiça italiana condena em última instância Robinho por violência sexual

Jogador brasileiro e o amigo Ricardo Falco já haviam sido condenados pelo crime cometido em janeiro de 2013, em uma boate em Milão, norte da Itália.

A justiça italiana condenou em última instância o jogador de futebol Robinho e um amigo pelo crime de violência sexual.

A Corte de Cassação é o equivalente ao Supremo Tribunal Federal do Brasil, a última instância da justiça italiana. Antes de o processo contra Robinho e Ricardo Falco chegar a esta instância da justiça da Itália, dois tribunais já haviam condenado os brasileiros pelo crime de “violência sexual de grupo” ocorrido em janeiro de 2013 numa boate em Milão, no norte do país, onde o jogador e o amigo moravam naquela época.

Os dois estão no Brasil e foram representados por três advogados no julgamento desta quarta-feira (19). Um deles chegou à corte confiante na absolvição.

“A moça será respeitada, mas a lei deve ser seguida”, disse Alexander Gutierrez.

A moça, uma albanesa de 32 anos radicada na Itália, esteve no tribunal. Em uma imagem da reportagem do Jornal Nacional, ela aparece à distância, de costas, já que preferiu manter a identidade em sigilo desde o início do processo, em 2017. Ela acompanhou a audiência que durou 30 minutos. Dentro do tribunal, nada podia ser filmado.

Corte de Cassação durante julgamento de Robinho — Foto: Jornal Nacional / Reprodução

Cinco magistrados, uma mulher e quatro homens, ouviram o advogado Franco Moretti, da defesa de Robinho, falar por 25 minutos. Ele tentou desqualificar a conduta da vítima na vida pessoal, citando um dossiê contra ela, já recusado pela segunda instância da justiça italiana.

Quando Moretti tentou dizer que a vítima seduziu Robinho e os amigos, foi advertido pelo presidente do colegiado. Cinco horas depois, a pena de nove anos de prisão e 60 mil euros, aproximadamente R$ 370 mil, foi confirmada. A sentença será publicada dentro de 30 dias.

Os advogados de Robinho deixaram a Corte de Cassação de Roma sem falar com a imprensa. No entanto, os advogados da vítima já disseram que o jogador aceitou pagar a indenização de 60 mil euros. A pena de nove anos de reclusão para Robinho e Ricardo Falco pode ser cumprida no Brasil, mas isso depende de um longo processo jurídico e diplomático.

“O Estado italiano tem que formalmente notificar o Estado brasileiro, seja pela via diplomática, seja o que seria o mais adequado, pelo Ministério da Justiça, e também é preciso que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – o nosso STJ – valide, confirme essa sentença estrangeira”, afirma Davi Tangerino, advogado e professor de Direito Penal da Uerj.

A extradição de brasileiros natos condenados por um outro país é vetada pela Constituição de 1988. Mas os advogados da vítima confiam que as autoridades e a justiça brasileira farão as penas serem cumpridas, por mais tempo que isso leve.

“A sentença precisa ser cumprida até o fim. Se os culpados estivessem na Itália, já estariam presos. E nós temos plena confiança no Estado brasileiro”, destacou o advogado da vítima Giaccobo Gnocchi.

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