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Maioria da Câmara ignora denúncias, intimidam coordenação do Sintepp e enterra CPI contra Vilmones

Vilmones da Silva demonstra mais uma vez que mantém sob total controle a Câmara de Xinguara. O secretário de Educação e pretenso candidato à sucessão do atual prefeito Osvaldo Assunção, vem sendo alvo de diversas denúncias graves que envolvem contratação irregular de serviços contábeis e jurídicos, assédio moral contra professores que lhe fazem oposição, discrepância entre os salários informados e os efetivamente pagos aos servidores, falta de esclarecimento sobre verbas do FUNDEB que deveriam ser rateadas entre os professores e, para piorar, sua gestão vem apresentado péssimos índices de aproveitamento escolar – Xinguara está abaixo do mínimo estabelecido para o IDEB e, mesmo assim, os vereadores decidiram blindar o super secretário contra qualquer investigação.

Foto: Click Xinguara

Diante da possibilidade de apresentação de um pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as denúncias contra Vilmones, o presidente da Câmara, vereador “Dito do Cinema”, num ato de autoritarismo chegou a dizer que tudo está muito bem na Educação do município e quem quiser contestar que se candidate contra Vilmones, “para passar vergonha”, segundo ele que gabou-se ainda de ter sido eleito pela quinta vez e diz estar pronto para ganhar novamente. Ao fundo, no vídeo gravado, ouve-se alguém se referir à “compra de votos”. O alcaide ainda questionou o papel da imprensa quando fez ataques a um blog da cidade, mostrando de vez o seu total desconhecimento do verdadeiro papel do vereador, que e de fiscalizar e não de proteger, blindar, abafar as irregularidades que porventura venha a ser questionadas por qualquer setor da sociedade.

Nesta quinta-feira (9), a Comissão de Educação da Câmara de Xinguara chegou a chamar uma entrevista coletiva para dizer que as denúncias feitas pela coordenadora do Sintepp no município, professora Maria Reis, intimidada por várias vezes nos últimos dias por vereadores da situação “não são procedentes”, por isso “não se justifica instalar uma CPI”.

Os vereadores Cleomar Cristani, Ébia Costa e Leandro Gomes, esquecidos do seu dever de fiscalizar o uso do dinheiro públicos, resolveram exercer o papel de “advogados de defesa” de Vilmones. Para eles, tudo se resume à uma tentativa de “desestabilizar a gestão”, com interesses “politiqueiros”.

Além de polir a reputação de Vilmones da Silva, os três vereadores trataram de espicaçar o vereador Roberto da Yamaha, o único de seus pares que se mostrou disposto a investigar a conduta do secretário de Educação e futuro candidato a prefeito de Xinguara.

Segundo os nobres vereadores da Comissão de Educação, “com as informações dadas pelos membros do Conselho Municipal de Educação, já dão por encerrada qualquer possibilidade de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, visto que o próprio vereador Roberto da Yamaha, já tinha recuado de levar adiante a proposta de instalar a CPI”.

Que os vereadores membros da Comissão de Educação não vejam nada de grave na enxurrada de denúncias contra Vilmones e que não deem um pio sequer sobre os péssimos índices do município na Educação Básica, eis algo que causa espanto.

Fala o Vereador Roberto da Yamaha

Tão logo tomou conhecimento da decisão dos vereadores da Comissão de Educação, Cultura, Saúde e Assistência Social, da Câmara de Xinguara, o vereador Roberto da Yamaha se manifestou, esclarecendo mais uma vez sua posição.

“Realmente tivemos uma reunião com o Conselho Municipal de Educação, a reunião foi bastante produtiva, só fiquei um pouco surpreso porque eu não sabia que a maioria dos conselheiros eram servidores da educação, pelo menos os que estavam na reunião. Sem desrespeitar nenhuma das falas, mas um ponto que me chamou a atenção foi ouvir que não há motivos para analisar mais afundo as reclamações”, disse Roberto.

“No meu entendimento, devemos sim, averiguar. Já fiz um relato junto ao Sindicato, falando do acontecido na reunião, inclusive eu orientei para que o Sindicato formalize uma denúncia mais organizada, com todas as pautas, com tudo que se pede”, prosseguiu ele em contato com a imprensa.

“Me coloquei a disposição. Assim que o Sindicato achar necessário, eu estou à disposição pra fazer os devidos encaminhamentos no legislativo. Eu não recuei, até porque eu não sou o criador de fato. Quando a reclamação chega até a Câmara Municipal, aí sim, eu acho que é obrigação nossa. Não se trata de condenar, não se trata de punir, se trata de averiguar”, fiscalizar, papel que a nos que fomos eleito pelo voto popular foi definido. Concluiu Roberto da Yamaha.

Fonte: EXPRESSO 279

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