Policiais civis entram em greve em todo o estado do Pará
Delegacias na capital paraense amanheceram fechadas nesta terça (26).
Ato público da categoria será realizado em Praça de Belém.

Os policiais civis do estado do Pará declararam paralisação geral da categoria a partir desta terça-feira (26), em todo o estado. Em Belém e em alguns municípios do interior do estado, como Santa Maria do Pará e Benevides, as delegacias amanheceram fechadas e com faixas de greve ao redor dos prédios.
Segundo o Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol), as principais reivindicações são a incorporação do abono ao vencimento base da categoria, a isonomia no pagamento da gratificação de nível superior, a regulamentação da carga horária e a melhoria das condições de trabalho na capital e no interior do estado.
Na última segunda-feira (25) a diretoria do Sindpol participou de uma reunião com o Ministério Público do Pará (MPE). No encontro, foi decidido que o órgão será responsável pela mediação nas negociações entre os policiais e o governo do Estado.
“Não queríamos que chegasse a esse desfecho. Mas, diante da situação insustentável, a categoria decidiu em assembleia geral pela deflagração da greve”, comentou o presidente do Sindpol, Rubens Teixeira. Um ato público da categoria está marcado para a manhã desta terça-feira (26), na praça do Operário, em São Brás, em Belém.
Melhor remuneração

Segundo o Governo do Pará, a remuneração dos policiais civis do estado é a quarta melhor do país. Em 2013, de acordo com a Secretaria Estadual de Administração (Sead), o Sindpol já participou de três reuniões de negociação com o governo, e tiveram um reajuste na remuneração equivalente a 18,7%, o que representa 3% acima da inflação do período, ou seja, aumento real de salários.
De acordo com a Sead, os policiais também receberam elevação no valor da gratificação de risco de vida de 50% para 70%; reajuste no valor do abono extraordinário, de R$ 54 para R$ 80; reajuste no valor dos plantões de doze horas, de R$ 120 para R$ 200 e de R$ 130 para R$ 300 (24 horas). O governo também concedeu reajuste de 7,69% no valor do auxílio-alimentação, que saltou de R$ 325 para R$ 350.

“Em consequência da política de remuneração adotada e a queda de receitas transferidas à União pelo Fundo de Participação dos Estados (FPE), a qual acumula perdas da ordem de R$ 500 milhões, o governo do Estado, em que se pese o reconhecimento e o respeito pela categoria de policiais civis, fica impossibilitado no momento de atender ao conjunto da pauta de reivindicações do Sindpol, pelo alto comprometimento de gastos que representa”, afirma.
Segundo a secretária Alice Viana, para o atendimento das reivindicações do sindicato seria necessária uma elevação significativa na receita do Estado. “O que de fato tem financiado essas políticas é a receita própria do Estado, a qual, mesmo com o elevado crescimento obtido nesses dois anos e onze meses, não é suficiente para manter todas as despesas”, conclui. (Fonte: G1/Pará).