Justiça

Policiais Militares de Xinguara são indiciados pelo desaparecimento de um jovem de 18 anos

Nesta quinta, 11, completam trinta e sete dias do desaparecimento do jovem Matheus Gabriel da Silva Costa, 18 anos de idade. Matheus desapareceu no dia 03 de fevereiro, quando foi visto pela última vez, por volta das 23 horas, após ser seguido por uma viatura do Grupo Tático Operacional – GTO, da Polícia Militar do 17º BPM. Mesmo em meio imensa angustia os familiares acreditam que ele esteja vivo.

Zely aparecida, mãe de Matheus tem procurado todos os meios em busca de uma pista que leve ao seu filho. Em vídeo que circula nas redes sociais nos últimos dias, Zely acusa categoricamente os policiais do GTO de terem sequestrado Matheus e pede que o estado devolva seu filho.

VÍDEO

No Inquérito policial presidido pelo delegado José Orimaldo Silva Farias, já de posse da Justiça, quatro policiais militares do 17º BPM de Xinguara são indiciados pelo desaparecimento de Matheus Gabriel. Os policiais são acusados de espancar e desaparecer com o jovem e sua motocicleta.

Segundo as investigações, o desaparecimento de Matheus, se deu após ele ter saído de um jogo de futebol com amigos nas “Casas Populares” no Jardim Tropical. Ao deixar o local, Matheus deu carona para um amigo, em direção ao centro da cidade.

Após deixar o amigo em casa, Matheus teria sido seguido por uma viatura do Grupo Tático Operacional – GTO da Polícia Militar, conforme mostraram as imagens de câmeras de segurança, requisitadas pelo delegado José Orimaldo durante as investigações.

ACUSADOS

Nos relatos das testemunhas que prestaram depoimentos ao delegado Orimaldo, os policiais teriam agredido uma pessoa no beco onde Matheus teria entrado, conforme mostrou as imagens das câmaras de segurança.

INDICIAMENTO

Ao concluir o Inquérito, o delegado José Orimaldo encaminhou à Justiça, com o indiciamento dos acusados Wagner Braga Almeida, André Pinto da Silva, Dionatan João Neves Pantoja e Ismael Noia Vieira, com base nos elementos dos quais conseguiu levantar em todo o curso das investigações. Diante do delegado, todos os acusados optaram pelo silêncio, alegando o direito de permanecerem calados, e que só irão se manifestar em juízo.

COMANDO

O comandante do 17º BPM de Xinguara TEN CELKEYTHSON VALENTE GAIA falou com nossa equipe, quando perguntado sobre qual posição do comando da PM, ele disse que, “temos colaborado e dado total apoio as investigações, quando requisitado pela Polícia Civil, estamos aguardando a manifestação do MP para podermos tomar qualquer medida sobre o caso”, afirmou ele.

Sobre os policiais acusados do desaparecimento de Matheus Gabriel, o Comandante disse que todos foram afastados de suas funções logo depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil, e estão cumprindo expediente no quartel.

MINISTÉRIO PÚBLICO

Com o recebimento do Inquérito Policial que pede o indiciamento dos policiais, a 1º Promotoria de Justiça da Comarca local se manifestou, esclarecendo que a competência para todo o processo de representação e condenação dos acusados deve tramitar no âmbito da Justiça Militar, por não encontrar elementos que caracterizem a prática de homicídio.

“Em razão de não haver provas nos autos que demonstrem a prática de delito de homicídio em fase da vítima, o qual consequentemente ensejaria a fixação da competência da Justiça Comum Estadual para julgar os crimes dolosos contra a vida, entendo que o foro competente para processar e julgar eventual ação penal é a Justiça Estadual Militar”, diz o documento.

A Promotora de Justiça Flávia Miranda Ferreira Mecchi, responsável pela 1ª Promotoria de Justiça de Xinguara, ressaltou a nossa reportagem que ainda não houve decisão do Juiz sobre o caso. Disse ainda que, “se surgir materialidade que aponte para homicídio, o caso volta para a Justiça comum estadual”, afirmou.

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