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Sargento da PM é homenageada após resgatar vítimas de naufrágio

Uma história de coragem, que já registrou mais de 7 mil visualizações, 100 compartilhamentos, cerca de 400 curtidas e dezenas de comentários, alguns postados desde a última quarta-feira (06) na página oficial da Polícia Militar do Pará no facebook. Em um vídeo de pouco mais de um minuto, a 3° sargento Mariselma Alves da Cruz aparece recepcionada com flores e muitos aplausos pelo comando e demais militares do 18° Batalhão “Gurupatuba” da PM, sediado em Monte Alegre, município do oeste paraense, unidade subordinada ao Comando de Policiamento Regional (CPR) 1 – Santarém.

A homenagem à policial militar resultou de um feito ocorrido na manhã da última terça-feira (5), após o naufrágio de uma lancha comercial no Rio Amazonas. O comandante do 18° BPM, major Tarcísio Costa, determinou a apuração para comprovar a prática de ato de bravura.

A lancha que transportava 18 pessoas, sendo três tripulantes, saiu de Santana do Tapará, em Monte Alegre, com destino a Santarém. Em torno de 7h40, após a embarcação ter deixado o lago e seguir pelo Rio Amazonas, uma forte chuva, com alta maresia, foi crucial para o naufrágio, ocorrido às proximidades da Ponta do Urubu, a cinco quilômetros de Santarém.

Um dia após o acidente, com vários hematomas, mas já em casa na companhia do filho de 16 anos, a sargento Mariselma Alves, 42 anos, dos quais 20 atuando na PM, lembrou por telefone os momentos difíceis, em que a calma foi determinante para sua sobrevivência e o resgate de três pessoas. “Lembro que no momento em que entramos no Rio Amazonas as águas estavam agitadas, ventava muito e a lancha balançava bastante. Foi nessa hora em que me aproximei de uma janela e olhei os coletes e botes”, contou a militar.

Segundo ela, que estava indo a Santarém para uma consulta médica, o impacto com as ondas acabou ferindo algumas pessoas e facilitou a entrada de água, suficiente para afundar a embarcação em minutos. Os vidros frontais se partiram e provocaram escoriações em alguns passageiros.

A militar disse que o comandante estava com a perna fraturada e sangrava muito. Já na água, Mariselma disse que “estavam todos dispersos, sem salva-vidas ou botes. Consegui pegar o último bote, com colete, e ajudei o comandante, uma mulher que não sabia nadar (que gritava muito) e também outra mulher. Dei atenção a uma senhora que estava com um corte profundo nas nádegas. Para equilibrar o peso, eu fiquei com parte do corpo dentro do bote e a outra na água”.

“Quando estavam entrando no bote, uma bajara (uma estreita embarcação em madeira) surgiu, conduzida pelo ‘anjo’ Nilton Pimentel. Imediatamente fomos colocando os feridos deitados na bajara e prestando atendimento necessário. Queria acalmá-los. Tivemos que ajudar uma pessoa com crise de asma, consertamos a ‘bombinha’ dele para que pudesse respirar melhor”, relatou.

Instinto – Um barco pesqueiro passou em seguida e resgatou os passageiros. A 3°sargento Mariselma Alves continuou a atender as vítimas com material de primeiros-socorros. “Tudo foi instinto, não sei explicar. Acalmei as pessoas, procurei saber se estavam bem. É a nossa obrigação como ser humano e policial militar. Não me desesperei”, afirmou.

Em uma lancha da Capitania Fluvial de Santarém, militares foram à área do naufrágio para reforçar o atendimento às vítimas. Em seguida, uma Agência Ensino Flutuante (AgEFlut) recebeu todos os passageiros resgatados, inicialmente, por dois barcos pesqueiros, e conduzidos por ambulâncias a hospitais de Santarém.

Texto: Sérgio Chêne /Agência Pará

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