Polícia

Médicos são presos em Redenção após recusar a fazer exames de corpo de delito e cadavérico

Em Redenção, dois médicos, um que atende no Hospital Municipal Iraci Barros Araújo e outro no Hospital Regional Público do Araguaia, foram detidos pela Polícia Civil, por terem se recusado a fazer exames cadavéricos.

O primeiro caso ocorreu na noite do último dia 20, quando o médico Edson Portela, diretor clínico do Hospital Municipal Iraci, foi procurado pela Polícia Civil para fazer um exame e se recusou a realizar o procedimento.

Com isso, o profissional recebeu voz de prisão e foi levado para a delegacia. Após prestar esclarecimentos, o médico assinou um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e foi liberado. Já o segundo caso foi registrado na noite do último dia 25.

O clínico geral Alexon Pinheiro Rocha, que no momento do fato estava de plantão no Hospital Público Regional do Araguaia, também se negou a fazer o exame de corpo de delito e recebeu voz de prisão dada pelo delegado Marcos Vinícius Camargo. Levado para a delegacia, o cirurgião foi autuado por desobediência, desacato e resistência, e só foi solto após pagar fiança no valor de três salários mínimos.

REUNIÃO: Essa semana, um grupo de médicos se reuniu com o superintendente de Polícia Civil do Araguaia Paraense, delegado Antônio Mirada, para tratar sobre o assunto. De acordo com o delegado, ao serem procurados pela autoridade policial, nesse caso o delegado, os médicos não podem se recusar a emitir os laudos solicitados.

Miranda baseia-se no artigo 159 do Código de Processo Penal (CPP), que diz que a autoridade policial poderá designar profissional para realizar exames de corpo de delito.

Já os médicos alegaram que não recebem por esse serviço, que seria de competência do Instituto Médico Legal (IML). Porém, eles afirmam que mesmo assim são realizados cerca de oito exames de corpo de delito diariamente.

TRUCULÊNCIA: À reportagem do Jornal A Notícia, o Portela foi detido dentro do Hospital Iraci diretor clínico do Hospital Regional Público do Araguaia, Rodolfo Skirivan, disse que os médicos do município nunca se recusaram a fazer este tipo de exame e que continuarão fazendo e colaborando com a polícia.

No entanto, asseverou Skirivan, a revolta dos médicos nesse caso, é porque, segundo eles, houve truculência e abuso de autoridade por parte do delegado Marcos Camargo. “Ele não ofereceu resistência à prisão e mesmo assim foi algemado e teve spray de pimenta jogado em seu rosto”, disse o médico.

NOTA: Em nota publicada em seu site, o Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) informa que, “levantou informações sobre o caso e, mediante a anuência dos médicos que foram vítimas desses abusos e violência, pode entrar com medida judicial contra os atos dos policiais”. O jornal tentou contato com a Delegacia de Polícia Civil de Redenção para tentar falar com o delegado Camargo, mas não foi possível. (Fonte: Jornal A Notícia).

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